O BiodiverCidade é um fórum de discussão criado por docentes do curso de Licenciatura de Ecologia e Paisagismo da ESAViseu onde são debatidas questões de planeamento e desenvolvimento estratégico, em questões relacionadas directa ou indirectamente com o ambiente e a biodiversidade da cidade de Viseu ao nível dos recursos naturais mas também culturais.


domingo, 25 de abril de 2010

AHorta: um projecto ser memória

Avelãs de Ambom
Lá vem a história das hortas de novo. Já temos feito por várias vezes referência a algumas analogias entre os orgãos vitais do nosso organismo e a vitalidade de alguns projectos. O projecto das hortas comunitárias também permite fazer essa feliz analogia com o que apelidamos Projecto Aorta. A ideia original de fazer hortas na ESAV, com patrocinio comunitário foi obra de alguém e não obra do acaso. Só espero é que ainda possa nascer antes do ocaso, porque todos os dias vemos exemplos de projectos similares onde se podem até beber algumas ideias. Este sábado pela manhã cedinho passeava nas vinhas da ESAV e falava com os "Luises" o empresário agrícola e o enxertador e pensava que era um lugar ideal para fazer surgir um projecto emblemático para a cidade de Viseu. Um resort (mas não necessariamente de luxo) com baixa densidade de construção onde a certificação ambiental e o espaço agrícola fossem devidamente valorizados num espaço da cidade que temos obrigação de saber preservar e valorizar de forma sustentável, a lagoa das garças. Onde as vinhas e as hortas sejam biológicas, os jardins sejam de plantas comestíveis, onde as faínas e as ambiências agrícolas possam ser partilhadas por todos aqueles que perfilhem a mesma filosofia, o bom uso do solo e o bem-estar físico e emocional, um projecto para ser memória, num espaço de futuro.

sábado, 24 de abril de 2010

Misericórdia...para os Cedros

Este está-se a tornar um assunto deste blogue e ao que sei de conversas de bastidores. A razão tem a ver com a compexidade e sensibilidade do assunto? apesar de ser um assunto sensível e passível de opiniões contrárias por diversos protagonistas, resume-se a duas posições por razões óbvias. Por um lado, os moradores do bairro da misericórdia, em especial os que confrontam directamente com os cedros, parecem querer abater estas árvores por razões que parecem óbvias. Em primeiro lugar questões de segurança do seu maior bem imaterial e em segundo lugar um valorizar das habitações porque ficam mais expostas e a receberem a luz de uma forma mais directa. Esta análise sumária parece de fácil entendimento. Do outro lado, a autarquia e diria o bem comum, no sentido de preservação de exmplares arbóreos da cidade jardim. De referir que, desde que fui contactado pela CMViseu para elaborar um relatório fundamentado nunca em momento algum senti intransegência ou pressão sobre o parecer. O parecer terá que salvaguardar que os exemplares sob o ponto de vista biomecânico e fitossanitário cumprem os requisitos de segurança para podermos propor a sua manutenção porque o embelezamento do espaço e algum efeito tampão face ao eixo viário são as claras mais valias. Terei de auscultar ambas as partes para poder ir ao encontro dos respectivos anseios salvaguardando o bem geral. Veremos se é possível! Este parecer só pode ser redigido após a celebração de um protocolo entre a CMViseu e a ESAV que será vital até para o validar, mas que ao abrigo do que muito apelidam de burocracia e que eu digo que são interesses ocultos irá demorar. Eu apenas quero referir que desde a primeira hora manifestei disponibilidade à edilidade de elaborar o parecer e fundamentá-lo tecnicamente, mas quem se torna muito voluntarioso, fica também mais exposto e sofre as consequências. Aguardemos serenamente, esperando que mais uma vez não fiquemos mal na fotografia, por razões que a própria razão desconhece.

sábado, 17 de abril de 2010

PROTOCOLOS: uma forma de responsabilização... ou desresponsabilização

Voltemos aos propósitos deste Blogue. Lançar discussão no bom sentido, relativamente a temas actuais. E o tema mais actual são os célebres protocolos entre a ESAV a CMViseu e com particular incidência entre o Curso de Ecologia e Paisagismo e a CMViseu. Fiquei a conhecer deste protocolo por via de um dos seus interlocutores, o Exmº Vereador da CMViseu, Drº Américo Nunes. Nesse mesmo momento, manifestei a minha disponibilidade para promover essa colaboração e indiquei quais as áreas científicas em que o Curso em particular poderia colaborar e ser útil à CMV e à cidade em sensu lato e ao mesmo tempo sentir-se útil. E uma das áreas é a avaliação biomecânica e fitossanitária de exemplares arbóreos. A proposta da CMV demorou dois dias, e o móbil são os Cupressus no bairro da Misericórdia que vão ser atingidos pelo alargamento da estrada e querem ouvir os resultados da nossa avaliação e as propostas técnicas a apresentar. Sem dúvida um atitude louvável e uma confiança depositada que, nos resta responder com o melhor que soubermos fazer de modo a mostrarmos capacidade técnico-científica e ganhar confiança por parte da autarquia, neste caso. Qual o percurso de pedido formal da CMViseu? Qual protocolo? Numa atitude lógica a Direcção entendeu que deverá ser o Curso de Engenharia Florestal e os seus responsáveis a liderar o processo. A questão que se coloca imediatamente é, para que é se estabelecem protocolos? Para serem consequentes ou apenas para figurarem na página da ESAV ou nos folhetos de divulgação dos cursos (o que até seria boa ideia para os candidatos terem noção das relações institucionais da ESAV). Eu disse-o em devida altura e volto a reafirmar. Em primeiro lugar devemos estabelecer contactos para vermos em parceria quais ás áreas de interesse em que poderemos colaborar de forma singular ou em sinergia com outras instituições. Depois estabelecer o protocolos de forma precisa e consequente. Pôr os projectos em execução e no fim avaliar os resultados e ampliar os protocolos, caso seja esse o interesse mútuo. Como é que a ESAV faz? Eu, na qualidade de Director de Curso de Ecologia e Paisagismo até nem sabia do protocolo, o mérito da sua elaboração até é de outrém. Será que vai a tempo de entrar na linha devida. Da minha parte sim! Mas o que digo é que o aluno mais apto e com mais vontade foi esta semana e por um período de três meses para Penafiel fazer um trabalho na autarquia exactamente nesta área científica. Mas vamos seguramente arranjar outros.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Há ESCUTAS que são BENÉFICAS


Tenho escutado que está em curso um projecto a cargo dos Escuteiros de Viseu, no sentido de fazerem a sinalética do património arbóreo do Fontelo. É sem dúvida uma iniciativa de louvar porque alías acredito que os custos sejam reduzidos e os efeitos práticos na promoção do parque serão sem dúvida interessantes. Mas gostaria de realçar que deveria existir um acompanhamento técnico-científico e de design para o desenho e conceito do projecto. Lembro que a autarquia já apoiou uma publicação sobre o Fontelo (aliás gentilmente oferecida pelo Verador Dr. Américo Nunes) sob a coordenação de uma pessoa ao que julgo da Universidade de Aveiro e algumas colegas da ESAV, designadamente as Eng. Leónia Nunes e Cristina Amaro da Costa também têm desenvolvido um trabalho meritório a este nível. Penso que seria extraordinariamente útil nesta fase embrionária do projecto que se fizesse essa aproximação e todos ganhariam em eficácia.

Mostajeiro JAZ às portas da ESAV


Esta árvore foi o móbil para a criação deste blogue. Foi a primeira crónica e por isso era emblemática. O que não significa que esta seja a última crónica, porque entretanto ganhou uma dinâmica própria que urge preservar e alimentar. Não interessa neste particular estar a atribuir culpas a A ou B pelo sucedido. Aliás terá sido um enorme alívio para a firma "Chupas e Morrão" o seu abate porque agora já se podem movimentar à vontade. Foi pena é que tentamos envidar todos os esforços e recebemos a promessa do vereador Dr. Américo Nunes que seriam realizados todos os esforços para preservar a árvore. Todos nos esforçamos embora em vão. Ao menos que tenha servido de exemplo e não se esqueçam se quiserem doce de mostajeiro é só ir à Quinta da Maunça (Guarda) que neste particular de preservação de tradições vai bem mais à frente.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Uma sintonia PLENA e um Futuro Promissor para os NOSSOS

Não poderia deixar de fazer uma breve referência ao sucesso da nossa conversa com o Vereador da CMViseu, Drº Américo Nunes pela forma amistosa com que nos recebeu e pelas ideias de colaboração que foram gizadas para serem levadas a cabo a curto prazo. Aliás esse foi o motivo da nossa conversa e da nossa parte envidaremos todos os esforços para que a autarquia reconheça mérito nas nossas actividades. Os alunos de Ecologia e Paisagismo para o qual este blogue se dirige embora não exclusivamente podem estar cientes que irão ser abrangidos por um protocolo entre a ESAV e a CMV que, apesar do vosso director de curso por enquanto nada ter feito para a sua efectivação, alguém vos irá dizer quais os objectivos e pressupostos em que se baseia. Todos os protocolos vão a Científico e este curiosamente só irá depois de assinado pelo Drº Fernando Ruas, eu até me ria se alterarem uma vírgula e lá se vai o protocolo. Bom mas este não é o assunto que me levou a escrever a crónica. Vamos colaborar activamente com a CMV nas questões biomecânicas e fitossanitárias dos exemplares arbóreos da cidade de Viseu, trabalho que já foi iniciado. Vamos colaborar na divulgação da biodiversidade da Lagoa das Garças e da sua envolvência e vamos colaborar num projecto de divulgação científica em conjunto com as restantes instituições de ensino superior. Esperamos contar com os nossos alunos para que se mostrem nestas e noutras actividades para que a sociedade lhes possam reconhecer mérito e que se abram portas para a sua vida profissional. Nos estaremos cá para os orientar, apoiar técnico-cientificamente e assistir ao seu desabrochar profissional. Um bom augúrio para o vosso futuro são os nossos desejos.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Amanhã vamos APOSTAR tudo!

Depois do interregno, (apesar de não ter tido tempo de ainda carregar as baterias, porque ainda não paramos) começo a ficar orgulhoso do blogue que criamos e dos poucos mas bons colaboradores que exercitam a sua humilde arte de escrever. Ainda ontem desenhamos projectos em Vila Nova de Paiva e amanhã fazer pensar em conjunto com a Câmara de Viseu, com o seu vereador. O projecto é a ciência a cem por CENTRO. Acreditamos que teremos sucesso neste novo projecto que tem aberto um programa no Ciência Viva para divulgação científica ao qual nos poderemos candidatar. Neste projecto envolvemos todos somos integradores e não elitistas. A propósito vamos meter a "colherada" de perservar a "Lagoa das Garças", este seguramente mais difícil mas se a CMViseu o compreender é aquele projecto que diferencia uma Câmara de uma Câmara qualquer e eu acredito que esta tem uma enorme mais valia. Desejem-nos Boa sorte!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

ESAV'S HAIRY SNAIL II - O dardo do amor




Ora aqui vai então a prometida explicação sobre o “dardo do amor” do nosso amigo Trichia hispida. De esqueleto calcáreo ou quitinoso, este dardo desenvolve-se nos indivíduos sexualmente maduros e é usado na sequência de eventos que envolvem o ritual de acasalamento desta e de outras espécies hermafroditas de gastrópodes. Antes da cópula, ambos os exemplares tentam atingir o parceiro. O dardo não é lançado pelo ar, mas sim cravado como uma “baioneta de cupido” durante o abraço nupcial. Não é no entanto um órgão acessório de transferência espermática, pois o sémen é depositado no aparelho reprodutor feminino por um pénis numa fase posterior deste ritual. No entanto, investigações recentes sugerem que o resultado do processo reprodutivo é mais eficiente para os exemplares que conseguem atingir o parceiro em primeiro lugar, pois o muco que envolve o dardo induz a secreção de hormonas pelo exemplar alvejado, permitindo melhor taxa de sobrevivência espermática do atirador.
P: pénis; S: saco do dardo; D: dardo

Qual de nós não lançou já uma ou outra farpa maliciosa, levou uma ou outra bicada? Salvaguardando as devidas distâncias, julgo que este exemplo da Natureza pode bem ser seguido e passarmos a lançar mais farpas de estímulo, encorajamento, dinamismo e entreajuda. Tal como o caracol peludo encontrou estratégias pouco convencionais de sobrevivência, acho que também nós devemos aproveitar todas as ideias, por mais estranhas que pareçam à partida, pois desde que aplicadas no enquadramento certo, podem ser válidas para endireitar o longo caminho que teremos ainda que percorrer para a excelência.

FELIZ PÁSCOA!