O BiodiverCidade é um fórum de discussão criado por docentes do curso de Licenciatura de Ecologia e Paisagismo da ESAViseu onde são debatidas questões de planeamento e desenvolvimento estratégico, em questões relacionadas directa ou indirectamente com o ambiente e a biodiversidade da cidade de Viseu ao nível dos recursos naturais mas também culturais.


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Lago...Aquilino Ribeiro!


Tenho com o parque Aquilino Ribeiro, aquilo que se pode apelidar uma relação sentimental. Por várias razões. Era o parque mais notável da junta da qual o meu sogro foi Presidente, durante largos anos e que por isso várias vezes passeamos por lá juntos, em conversas amenas, e muitas vezes estratégicas, para o futuro de uma escola, uma cidade, uma população. Desses passeios saiu um alerta! é preciso fazer-se urgentemente uma avaliação biomecânica e fitossanitária dos exemplares arbóreos destes espaço nobilíssimo da cidade, até pela preocupação especial que ele tinha para com as pessoas. Bons velhos tempos! Assim em 2004, uma aluna minha a Cátia Pereira, desenvolveu um trabalho notável de avaliação de 53 árvores no Parque. Um trabalho entregue na autarquia nesse ano e que era uma ferramenta importante para a idealização do espaço que, o arquitecto Viana Barreto viesse a desenvolver e a criar na nova interpretação do parque passados cinquenta anos. Sei que o trabalho lhe chegou às mãos passados alguns anos, aliás após me ter perguntado se havia algum estudo dessa natureza...ao qual lhe respondi há-de estar numa gaveta, é só uma questão de procurar. Na altura chamei à atenção para um conjunto de debilidades que seria preciso acautelar, mas "santos da casa não fazem milagres". Assisti incrédulo num domingo, dia de eleições europeias algures em 2004, à queda de um ramo de grande porte a 10 m de um policia e de um bombeiro, cujo comentário foi "ainda bem que caiu se não tinhamos que puxar". Nós, ESAV, estamos cá para ajudar a autarquia e todas as instituições que sintam que possamos ser úteis. Temos limitações, como todos sabem, mas temos muita vontade de fazer e também sabemos aquilo que podemos fazer, agora, por favor! Não nos chamem apenas quando há problemas difíceis, de vez em quando chamem-nos, a ESAV, para a fotografia, porque todos gostamos de "carinhos". Em relação às opções tomadas na requalificação do parque, não me fica bem criticar, apenas vou fazer dois reparos e um comentário: 1) Arrancar o alcatrão, Sim! colocar calçada acimentada, Não!...era preferível um bom "tuvenan". As minhas filhas já não caem na calçada, mas as crianças "pequenas" não podem dizer o mesmo; 2) O lago é de dimensões desproporcionadas,...já ninguém, se lembra do sucesso das manhãs desportivas nos relvados do Parque? É pena, agora serão as manhãs não na piscina, mas no lago... e não se esqueçam de levar as bóias os mais pequenos! 3) Então a estátua do Mestre Aquilino Ribeiro, não tem lugar no Parque? é uma questão de justiça, cultura e acima de tudo bom senso. Perguntem ao Exm.º Arquitecto Viana Barreto se se importa? Quase que "ponho as mãos no lume" que não!


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O mercado...voltou...a 5 de Outubro!


Tenho que confessar que não fui à Feira à moda antiga organizada pelo Centro Cultural Distrital de Viseu. Pelo que li foi um "estrondoso" sucesso com a afluência de produtores e público. E eu no Continente! Neste caso o "Burro" sou eu. Trata-se de um problema meu de acesso à informação. Mas onde quero chegar, é que este é um local de memória para as gentes viseenses. Se calhar tinha feito sentido outro projecto de requalificação do Mercado 2 de Maio. O que sei é que nunca terá sido dito ao Arq.º Siza Vieira, que este espaço requalificado seria para feiras de antiguidades, feiras agrícolas, e feiras de artesanato africano. Não acredito que ele fizesse aquela proposta. Mas é sempre bom, potenciar as infra-estruturas que temos. Parabéns pela inciativa.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Mais um dia sem carros...!


adefesadefaro.blogspot.com
Estranhamente hoje, em Viseu, andavam poucas pessoas nas ruas pela manhã. Era um dia feriado, mas deve haver uma explicação para o ocorrido. Este dia 21 de Setembro, feriado municipal, era normalmente usado pela autarquia para aderir ao dia europeu sem carros. Como a moda acabou, a autarquia decidiu não manter o dia sem carros. Um erro crasso porque esta iniciativa ajudava a mudar metalidades e a fomentar o andar a pé, só que as mentalidades não se mudam de um dia para o outro. O facto de estarmos a passar um momento de crise ainda acentuava mais a importância desta acção. Quando é para a fotografia, todos gostam de ficar. Se não há fotografia ou TVs já ninguém quer aderir. A moda não é andarmos todos juntos. Às vezes é sermos diferentes. Salva-se o facto de disponibilizarem os autocarros eléctricos. Esta medida devia ser estendida a um ou mais dias todas as semanas. Outra medida seria tirar os carros do centro histórico e colocar os autocarros eléctricos a circular pela zona. Não é fácil mudar mentalidades mas se não tentarmos não saberemos quais os resultados. 

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Tilia...nos melhores anos...de Aquilino Ribeiro!


A pedido de um amigo, como se de uma ordem se tratasse, fiz uma pequena pesquisa sobre as virtudes e desventuras da Tilia. Já não é a primeira vez que aqui falamos da Tilia, aliás desta árvore que "põe arreganho na sua toilette" como refere Aquilino Ribeiro. Que faz acalmar os nervosos e tanto mais. Mas gostaria de vos relatar as coincidências da pesquisa e como, o procurarmos saber mais é apaixonante. Sob ponto de vista gastronómico tem imensas curiosidades. O fruto quando imaturo tem um aroma achocolatado, que foi aliás explorado por Missa, um químico Francês do séc. 18 embora sem grande sucesso porque é de dificil conservação. Contudo pode ser usado como substituto do café ou do chocolate. As folhas, as flores e os frutos são comestíveis, contudo as flores mais envelhecidas podem apresentar efeitos narcóticos. As folhas jovens podem ser usadas em saladas e também podem ser usadas para produzir uma farinha com aplicações culinárias. Aliás esta aplicação remonta à altura da segunda grande guerra, em que se fazia apelo a quase tudo para consumo alimentar. Como as folhas contêm um elevado teor de acúcares invertidos são prontamente metabolizados pelos diabéticos com vantagens inegáveis. A seiva também pode ser usada para produzir um xarope. Outra aplicação refere-se ao mel de qualidade extrema que é produzido a partir das flores das tilias. Assim, da tilia podemos beber uma infusão com mel de tília e fazer acompanhar com um bolinhos de farinha de tilia com sabor achocolatado. Vou propor às minhas colegas que têm a Bimbi...que são então "Bimbas". O que tem graça é o que há bolos e chocolates Linden (tradução de tilia em inglês) que tem a ver, aparentemente, pelo proprietários se chamarem Linden e não pelo facto de serem feitos de tilia. A tilia constitui verdadeiramente um ex-libris desta nossa cidade, até já sinto que é minha,  e é preciso defendê-la como diz e bem o mestre Aquilino Ribeiro, que hoje faz anos que nasceu, em 13 de Setembro de 1885, no Carregal, concelho de Sernancelhe e que haverá hoje uma evocação do aniversário do seu nascimento na Fundação Aquilino Ribeiro na Soutosa, pelas 20.30h, com a apresentação da nova imagem da Fundação pelos Municípios de Moimenta da Beira, Sernancelhe e Vila Nova de Paiva, a apresentação do filme: “O Douro nos Caminhos da Literatura – Aquilino Ribeiro” e intervenções de Alberto Correia e António Augusto Fernandes (Direcção do CEAR). Apareçam....




segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"A árvore caiu...o resto foi sorte!"

Regularmente assistimos a notícias sobre a queda de árvores em espaços públicos, na maior parte das vezes sem registo de vítimas ou graves danos materiais. Aliás muito recentemente registou-se a queda de um ramo de uma tipuana (Tipuana tipu) no Jardim Constantino em Lisboa, num dia aparentemente normal, felizmente sem provocar qualquer dano porque as pessoas escutaram sinais da árvore, segundo relatos em que antes de rachar a árvore emitiu um som alto como de esgaçar que permitiu a fuga, antes de se consumar a queda. É também importante por isso educar os cidadãos para que estejam atentos aos sinais visuais ou acústicos para se prevenirem danos maiores. Não nos podemos esquecer que, tal como na ocorrência da queda das palmeiras na ilha do Porto Santo em 22 de Agosto de 2010, os autarcas podem vir a ser constituídos arguidos pelo Ministério Público em casos de danos pessoais como foram o caso em que morreram duas pessoas e uma ficou gravemente ferida. Estes casos, quando acontecem levantam sempre a questão da segurança e da prevenção. A ESAV, tem tentado ao longo destes já sete anos trabalhar de uma forma pró-activa, embora reconheçamos que pudéssemos fazer mais e melhor com uma colaboração mais intensa por parte da autarquia. Não está em causa qualquer má vontade, mas julgo alguma falta de sensibilidade e um acreditar na sorte. Temos defendido a realização de um SIG da cidade, no qual poderíamos colocar toda a informação sobre as centenas de árvores já avaliadas e desta forma possuirmos um ferramenta dinâmica de extremo valor para um sistema de alerta de árvores em risco que necessitem de ser monitorizadas. Esperamos que em breve este nosso anseio possa ser atendido, tanto mais que não são necessários custos significativos e que a mais valia obtida seria enorme com sistematização de informação existente a reverter em prevenção para o futuro. Uma outra questão tem a ver com a quem eventualmente pedir responsabilidades. O caso da figura apresentada é da responsabilidade da EDP, uma empresa aliás ao que parece com grande responsabilidade ambiental e social, só que não em Viseu ao que parece. Eu não quero ser profeta da desgraça, mas este exemplar de choupo (Populus) no local onde está e em particular agora com o movimento da Feira de São Mateus, já deveria ter suscitado uma maior atenção por parte dos repsonsáveis. A ESAV já lhe deu.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Carvalhos no Fontelo



No âmbito dos vários projectos em curso com a Autarquia de Viseu, incluimos também este, a ser desenvolvido pela Sara Lopes, uma aluna finalista do Curso de Eng. Florestal. Está a avaliar um conjunto de exemplares arbóreos sob o ponto de vista da estabilidade biomecânica. Começamos por três exemplares de Quercus robur, localizados junto ao bar do fontelo. Um dos últimos temporais que assolaram a cidade de Viseu, provocaram a queda de um carvalho que pôs em perigo os exemplares contíguos . No seguimento do ocorrido a Câmara solicitou o apoio da ESAV para realizar a avaliação. Esta é uma relação que se tem estabelecido desde há vários anos e à qual a ESAV responde prontamente por muitas das vezes estarem em risco a segurança de pessoas e bens. Estas colaborações só são possiveis pela disponibilidade dos nossos alunos que se prestam a realizar o trabalho prático que depois é discutido e validado pelos respectivos docentes. Esta é o nosso capital e a nossa filosofia de trabalhar. Estamos a subir uma longa escada da credibilidade e reconhecimento público. Não temos pressa... queremos é ser consistentes e competentes. Parabéns Sara pelo trabalho que está a ser realizado.

Rumo ao Pavia



Estamos a iniciar o projecto de caracterização das plantas infestantes aquáticas do rio Pavia, no âmbito do trabalho final de curso da aluna Sara Raphaelle do curso de Eng. Florestal. Este projecto surgiu no seguimento de uma solicitação da autarquia de Viseu, para podermos estudar o caso e ver a forma de reduzir e controlar o grau de infestação que se regista nos periodos mais sensíveis de Julho-Agosto. Procuraremos realizar um trabalho sério do ponto de vista técnico-científico de caracterização das plantas e simultaneamente de monitorização da qualidade fisico-química e biológica da água do rio Pavia, bem como das comunidades íctias. Este estudo será coordenado por vários docentes da ESAV de diversas áreas científicas, de modo a resultar em propostas para realização de medidas preventivas e de combate, designadamente de luta biológica que resultem num melhor "postal" da nossa cidade. Paralelamente irão decorrer outras acções de caracterização em outros rios da região , nomeadamente no Vouga, Paiva e Dão, ao longo de diversos concelhos do distrito de Viseu. Este projecto mais amplo surge no âmbito de um projecto comunitário AARC (Atlantic Aquatic Resource Conservation) em parceria com a ADDLAP e vários parceiros europeus, designadamente, Ingleses, Franceses, Espanhóis, Irlandeses, para além da Universidade do Porto e da ADDIRN. Para já gostaria de dar os parabéns à Sara pelas fotografias fantásticas que tem obtido. Espero daqui a pouco tempo estar a dizer o mesmo dos resultados científicos. Força!